Saúde e bem estar

Biomédica alerta para cuidados com a pele no inverno, frente à dias secos e queda da temperatura

Especialista em pele preta, Jéssica Magalhães aconselha substituir sabonetes com ácidos em sua composição por produtos suaves, como hidratantes densos ou itens que possuam pantenol e manteiga de karité nas fórmulas.

A chegada do inverno no Hemisfério Sul, com dias mais secos e ondas de frio, vem alertando especialistas sobre os cuidados com a pele. As condições mais baixas da temperatura são conhecidas, popularmente, por ocasionar o ressecamento, aspereza e sensação de repuxamento, principalmente em áreas corpóreas como bochechas, cotovelos e pernas.

O fenômeno costuma ocorrer pela combinação entre a queda nos termômetros, intensificação dos ventos e a maior disposição para banhos quentes. Essa mudança de estação influencia diretamente na hidratação natural da pele, além de promover o enfraquecimento da barreira cutânea. A previsão é que as mudanças dermatológicas se perpetuem até a chegada da estação das flores, em 22 de setembro. 

Diante da perda de umidade causada pelo clima frio e seco, a pele negra é uma das principais afetadas pelas mudanças atmosféricas. De acordo com a biomédica esteta Jéssica Magalhães, é natural que a pele negra seja mais propensa a produzir e apresentar manchas visíveis devido às sutis descamações durante o frio, que embora passem despercebidas à primeira vista, interferem na textura e no viço (brilho natural) da derme.  

“Durante o inverno, a pele negra enfrenta as barreiras da desidratação. Isso ocorre porque, além do clima frio intensificar o ressecamento, geralmente consumimos menos líquido, agravando o quadro dermatológico. Como resultado, a pele do corpo perde seu brilho natural, os lábios racham e o rosto apresenta leves descamações. Para manter a pele saudável e bonita durante essa estação, é essencial adotar uma rotina de hidratação mais eficaz e prestar mais atenção à ingestão de água“, explica. 

Há mais de 10 anos no mercado de biomedicina, Jéssica recomenda ajustar a rotina para reforçar a hidratação e a proteção da pele preta. Nos dias frios, a especialista explica que a prioridade é preservar a barreira cutânea, aconselhando à substituir os sabonetes com ácidos por produtos mais suaves, a exemplo de hidratantes mais densos ou que possuam ingredientes como pantenol e manteiga de karité. “Caso use ácidos, reduza a frequência para evitar sensibilidade e tenha mais atenção às reações da pele para poder interromper se necessário; e mantenha o uso de protetor solar, mesmo nos dias nublados“, recomenda.

A especialista em pele preta enfatiza que o ressecamento mais acentuado e o aspecto acinzentado da derme torna a estação ainda mais estratégica e preventiva. Somado às festas de São João, que geralmente causam inflamações cutâneas e dermatites, Jéssica alerta para uma maior tendência à hiperpigmentação pós-inflamatória durante o período. 

A proximidade com as fogueiras, o clima seco e a desidratação natural do período são fatores à se preocupar durante os próximos dias. Para a especialista, é fundamental uma adaptação da skincare, alinhada à alimentação rica em frutas e verduras, que juntas auxiliam na nutrição correta da pele. Desmitificando outros cuidados com a pele preta no inverno, Jéssica reforça que o uso de protetor solar é indispensável o ano inteiro, independente da estação. 

“A radiação UVA, responsável pelo envelhecimento precoce e pelas manchas, permanece presente mesmo em dias nublados ou frios. E quando falamos de pele negra, que já tem maior propensão a hiperpigmentações (produção de manchas), o filtro solar é uma ferramenta de proteção e prevenção essencial. Além disso, quem faz uso de ácidos ou tratamentos clareadores deve manter o protetor como parte obrigatória dessa nova rotina“, conclui. 

Equipe Canal In

Repórter /Editor: Ricardo Henrique

Foto: ascom